Detecção precoce de fumaça em salas de computadores.

CPD

Sala de computadores

A detecção precoce de fumaça em salas de computadores e sua interface com sistemas de supressão.

Material editado a partir do artigo publicado no NFPA Journal Latinoamericano, por Yosti Mendez. 

Em um mundo onde o desempenho é fundamental, evitar qualquer interrupção nas atividades de sua empresa tornou-se um fator crítico. Segundo uma seguradora suíça, 70% das empresas abandonam suas atividades (quebram) até dois anos após um incêndio acontecer em sua área de armazenamento de informações.

 Imagine qual seria o custo se sua empresa repentinamente “parasse” devido a um incêndio. Se isso ocorresse somente por algumas horas, talvez minutos, haveria perdas na produção e altos custos para reativar os equipamentos.  Um incêndio grave poderia transtornar as operações por semanas, comprometendo inclusive a continuidade de seus negócios.

Os principais problemas em centros de telecomunicações e de data centers são os efeitos da exposição à fumaça, o grande fluxo de ar causado pelos sistemas de ar condicionado, e a dificuldade de se realizar testes e manutenção em detectores de fumaça pontuais. A contaminação pela fumaça é uma das principais preocupações de sistemas de supressão de incêndio em centros de telecomunicações, centros de dados, centros de processamento de dados (CPD), centros de Internet e centros de redes de informática.

 Intuitivamente, poderíamos ser levados a crer que o CALOR é o maior inimigo, mas na verdade, a grande fonte de danos e transtornos é a FUMAÇA. Devido a sua natureza altamente corrosiva e capacidade de penetração, a fumaça é capaz de causar danos a componentes eletrônicos, mesmo algum tempo após a limpeza da área.

O custo de um equipamento eficiente de detecção e supressão de incêndios é um investimento de alto retorno, quando comparado ao custo de interrupção dos negócios devido à fumaça.

Uma das maiores dificuldades para a detecção efetiva de incêndios em centros de telecomunicações e CPDs é o efeito produzido por sistemas de ar condicionado. Com o advento das novas tecnologias, e da eletrônica de grande densidade, o calor gerado por metro quadrado aumentou consideravelmente. Para lidar com o aumento de carga térmica, os sistemas de ar condicionado passaram a ter maior capacidade de resfriamento para remover o calor gerado dentro dos gabinetes, e com isso, aumentou o número de trocas de ar por hora. A não redução da temperatura nos equipamentos resulta em superaquecimento seguido de ignição de materiais combustíveis (cabos, placas de circuito, etc.) dentro dos gabinetes, causando o incêndio. O resfriamento mecânico e o movimento de ar são parâmetros essenciais no projeto de um sistema de detecção de fumaça. Qualquer fumaça gerada por um princípio de incêndio é rapidamente transportada, misturada e diluída por todo o ambiente. Nessa situação, a fumaça NÃO se concentra no teto para sua fácil detecção.

Quais são os objetivos mais importantes de um sistema de supressão?

Devido à possibilidade de danos pela fumaça, o alerta precoce de um possível incêndio é primordial. O usuário gostaria de ser avisado com antecedência para poder investigar muito antes que o incêndio ocorra. O ideal seria haver tempo para tomar ações menores, para corrigir a situação antes que o dano e a interrupção ocorressem.

Entre a primeira etapa de aviso de um incêndio iminente e o momento no qual o sistema de supressão é ativado, é desejável níveis de alarme intermediários para que o usuário final possa tomar medidas como o abandono de área e o desligamento das funções críticas que poderiam ser danificadas caso o incêndio prosseguisse. Se as medidas não forem bem sucedidas e o fogo progredir a ponto de haver dano por fumaça, então o sistema de supressão deve ser ativado.

Os sistemas de detecção precoce de fumaça por aspiração oferecem grandes vantagens aos usuários finais quando é preciso ter detecção antecipada, pois permitem uma interface com os sistemas de extinção. Os sistemas de detecção precoce de fumaça por aspiração possuem tubos instalados no ambiente protegido, com orifícios de amostragem ao longo da tubulação. O detector continuamente aspira amostras de ar pela tubulação. A amostra de ar é analisada no detector para identificar a presença de fumaça.

Quando são usados sistemas automáticos de supressão de incêndio, os sistemas de detecção precoce de fumaça por aspiração fornecem o primeiro nível de alerta, na etapa de fumaça incipiente, no evento de um incêndio. Esse tempo que pode ser usado para investigar e possivelmente prevenir uma custosa interrupção. Os níveis seguintes de alarme dos sistemas de detecção precoce de fumaça por aspiração podem ser usados para iniciar medidas como a evacuação da área, além de transferir algumas funções para o equipamento que esteja localizado fora da área em questão.

Se o incêndio continuar a progredir, o sistema de supressão é disparado em um nível de fumaça pré-estabelecido, segundo as condições específicas do lugar, obtendo-se assim a resposta oportuna.

Devido à detecção precoce, esses sistemas permitem um tempo adicional para investigação e ações reparadoras, tornando possível selecionar um nível de ativação de supressão mais efetivo. O nível de supressão está baseado nas condições locais e no desempenho requerido, não estando limitado à capacidade do dispositivo de detecção pontual.

A grande diferença entre o funcionamento de um sistema de detecção de fumaça tradicional — com detectores somente no teto e sensibilidade de detecção acima de 1%/pé (onde há risco de diluição de fumaça) — e um sistema de detecção precoce de fumaça por aspiração, com sensibilidade que em alguns casos é 1000 vezes superior à de detectores pontuais iônicos ou fotoelétricos, é precisamente a flexibilidade de poder posicioná-lo nos pontos mais adequados para obtermos a detecção oportuna. Na maioria dos casos, nos retornos dos sistemas de ar condicionado.

Source: http://www.nfpajla.org/pt/arquivos/alarma-deteccion-senalizacion/636-deteccion-temprana-de-humo-en-cuartos-de-computo-y-su-interfase-con-sistemas-de-supresion