Quando um espaço oculto precisa ser protegido por sprinklers?

Em Cumprimento: NFPA 13

Uma pergunta frequente que recebemos sobre a NFPA 13, Instalação de Sistemas de Sprinkler, e sobre a localização dos sprinklers, diz respeito aos espaços ocultos não combustíveis.

Percorrendo o corredor de qualquer edifício de escritório, hospital ou outra propriedade comercial que tenha um forro suspenso, você verá provavelmente sprinklers que protegem o espaço ocupado abaixo do forro. Mas eles são necessários no espaço acima do forro? O Capítulo 8 fornece uma lista abrangente dos espaços ocupados acima desse tipo de forro suspenso que não requerem sprinklers.

A NFPA 13 permite a omissão de sprinklers nos espaços ocultos que são formados por materiais não combustíveis e materiais combustíveis limitados, sempre que tenham “uma carga combustível mínima”. Em outras palavras, num espaço oculto sem sprinklers, o piso, o teto, as paredes e os elementos estruturais do espaço devem ser constituídos por materiais não combustíveis ou por quantidades limitadas de materiais combustíveis. Isso não proíbe a presença de outros materiais no espaço desde que não façam parte do piso, do teto, das paredes ou dos elementos estruturais e desde que não existam em quantidades que já não podem ser consideradas “mínimas” pela autoridade competente.

A preocupação é que os combustíveis propaguem o fogo através desse espaço e permitam que se estenda a todo o edifício e salte de quarto em quarto ou dum corredor a um quarto. Elementos como abraçadeiras para atar cabos ou terminais de proteção em bandejas para cabos num espaço não combustível não são suficientes para propagar o fogo através desse espaço. Da mesma forma, alguns cabos de computadores espalhados num espaço com condições de combustibilidade limitada não propagarão o fogo através do espaço.

Contudo, chega um momento onde poucos cabos se tornam dezenas, e dezenas podem se tornar centenas e nesse caso podemos ter uma situação onde a carga já não pode ser considerada mínima. Em alguns edifícios e estruturas esses cabos podem pesar centenas de libras e ter a capacidade de propagar o fogo através dum espaço oculto. Nesse caso, o espaço oculto requereria uma proteção por sprinklers, de acordo com a NFPA 13. A norma permite que a proteção por sprinklers num espaço oculto seja limitada à área acima dos combustíveis se estes forem confinados em certa área dentro do espaço.

O Comitê Técnico da NFPA 13 não alcançou um consenso sobre a definição do limite exato entre os espaços que têm quantidades mensuráveis de combustíveis suficientes para requerer sprinklers e aqueles que não têm. Por isso, cada situação deve ser avaliada caso a caso.

O texto do 8.15.1.2.1 é importante porque diz ao usuário que uma pequena quantidade de materiais combustíveis é permitida num espaço oculto sem proteção por sprinklers. Embora essa regra requeira de fato certa dose de subjetividade, na maioria dos casos as pessoas podem chegar a um acordo para determinar se uma quantidade determinada de combustíveis poderia propagar o fogo através destes espaços. A natureza horizontal da maioria dos espaços ocultos torna extremamente difícil a propagação do fogo porque os gases quentes produzidos pelo incêndio não passam sobre os materiais combustíveis para causar sua pirólise e prepará-los para a combustão.

Em caso de dúvida, um simples teste usando um modelo do espaço oculto e seus materiais podem ajudar a determinar se os materiais, da forma como serão usados no espaço oculto, queimarão o suficiente para que um incêndio se declare fora do local de origem.

Lembre-se que a decisão final cabe à autoridade competente. Quando os empreiteiros e os engenheiros não sabem exatamente se os materiais indicados nas plantas para o espaço oculto são considerados mínimos ou não, eles deveriam contatar a autoridade competente para confirmação. Esperar até terminar o trabalho na expectativa que sua interpretação corresponda com a da pessoa que controlou o projeto e do fiscal nem sempre é uma decisão sabia do ponto de vista econômico.

(Este conteúdo foi compilado do artigo publicado em setembro/2018, no NFPA Journal Latinoamericano – Por Matt Klaus)

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